terça-feira, 5 de abril de 2016

ENCICLOPÉDIAS ALEGRES (8) - BRUXAS


HALLOWEEN. Palavrão anglo-saxónico que pretende identificar como Dias das Bruxas um costume Americano herdado do irlandês, com lugar marcado a 31 de Outubro de cada ano, véspera de finados. É a noite em que se supõe ter sido concedida autorização aos espíritos dos defuntos para fazerem um derradeiro passeio antes da entrada do inverno.
As crianças celebram esta passagem vestindo trajes de fantasia e andando de porta em porta a pedinchar doces e rebuçados sob a futre ameaça do trick or treat (partida ou tratamento, que eu traduzo à portuguesa por tricas ou tretas).
É um mau período para as abóboras que, depois daquela onda do grupo Smashing Pumpkins (Esmagando Abóboras), são esventradas do conteúdo, com a casca retalhada em forma de carantonha para albergar velas acesas no seu interior – perversidade para ser considerada numa futura Sociedade Protectora dos Vegetais.
HARRY POTTER. Para se saber como actuam as bruxas e feiticeiras, o melhor é mesmo passar os olhos pela leitura, ainda que em diagonal, dos livros da série Harry Potter, com autoria da escritora inglesa Joanne Rowling. Presume-se que não tenham o conteúdo e os efeitos de uma obra mais técnica e emblemática, como é o Livro de S. Cipriano, mas poderá auxiliar em pormenores mirabolantes, metafísicos e tão consistentes como a maior parte das obras subsidiadas pelo Instituto do Cinema e Audiovisual.
Nessa obra fica-se a saber que se dá o nome de muggle àquele trouxa que não domina as artes mágicas, e que um jogo de vassouras enfeitiçadas (as tais que substituem os mais rápidos Falcon) se chama quidditch, e ainda que é um dementor o fantasma que tira a felicidade a qualquer ser vivo (do tipo primeiro-ministro).
HORÁRIOS. Embora não se constituam como profissionais por conta de outrem, nem consta que passem recidos verdes (como a maior parte de alguns profissionais liberais), as bruxas não picam o ponto de entrada no serviço, mas regem-se por um calendário muito próprio, do qual não conseguem escapar com um banal atestado médico.
Sendo assim, logo que soem as duas horas da madrugada do turno nocturno, perdem os poderes do malefício e os benefícios daquele.
Pela meia-noite reúnem-se numa casa com os cabelos untados de azeite. Por vezes, assim maquilhadas, viajam até Sevilha depois de dizerem a senha – por cima de silvas e por baixo de giestas. Não sei explicar o que esta patacoada quer dizer, mas sei que elas, nessa altura, para se livrarem dos maridos e não os acordarem, benzem os coitados desta guisa: “eu te benzo meu belzebu,com a fralda do meu cu; enquanto eu não vier, não acordes tu”.

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